Também conhecida como Mimosa tenuiflora e jurema, a casca da raiz desta árvore tem um papel interessante na história passada e presente do xamanismo psicadélico. É a única planta que se conhece que pode ser usada numa poção para beber que, sem a ajuda de outra planta, induz experiências visionárias semelhantes às da ayahuasca. Na História brasileira era usada no Vinho da Jurema, uma cerimónia de preparação e ingestão desta planta. Há rumores sobre a tradição (extinta) ter sido recentemente recuperada.
A jurema é também uma fonte muito comum para os ocidentais prepararem anahuasca, que é uma poção com uma farmacologia (uma planta inibidora da MAO e outra com DMT) muito semelhante à da ayahuasca.
A M. hostilis é usada hoje em dia sobretudo em combinação com a Peganum harmala para preparar anahuasca, uma infusão psicadélica semelhante à ayahuasca. Os efeitos podem ser descritos como uma limpeza física e mental, e uma ligação de 4 horas a mundos normalmente imperceptíveis O efeito purgativo é normalmente menos forte que o da ayahuasca.
A intensidade depende de muitos factores, por isso muitas pessoas têm de adquirir experiência e passar por efeitos leves no princípio. Quando os efeitos são ligeiros, a maioria das pessoas experimenta algo semelhante a uma trip leve de cogumelos psilocibinos ou de LSD, juntamente com dores de estômago nas primeiras 2 horas.
Quando os efeitos são fortes, a maioria das pessoas experimenta uma mudança drástica na interpretação da realidade, ou mesmo algum tipo de transporte de todos os sentidos para outra dimensão. A anahuasca é conhecida pelas suas visões fortes, tanto positivas como negativas. As visões contam histórias sobre quem bebe a poção e sobre todo o universo. Muitas pessoas não têm visões, todavia, e sentem a anahuasca através dos outros sentidos. Os efeitos purgativos podem ser muito fortes. Algumas pessoas têm diarreia e vómitos.
Se tomares apenas jurema os efeitos são os mesmos, embora com duração mais curta (até 3 horas) e normalmente com menos naúseas, dores de estômago e desconfortos relacionados.
O uso da raiz como incenso induz uma trip psicadélica de 15 minutos, com elementos emprestados da experiência com a anahuasca, os mais notáveis sendo a mudança drástica na interpretação da realidade ou o transporte de todos os sentidos para outra dimensão.
Na maioria das receitas, 5 gr é uma dose leve, 10 gr uma dose normal, e 15 gr é uma dose forte. Não substimes a intensidade dos efeitos e começa com uma dose pequena se és inexperiente. Se ainda não estás familizarizado com a preparação da anahuasca deves saber que quase ninguém consegue tripar da primeira vez. Para a maioria das pessoas uma boa trip de anahuasca deve-se a várias tentativas frustradas e a anos de prática. Deves ler sobre a preparação da anahuasca em livros e na internet (vê os links abaixo) e escolher uma receita para ti.
Para preparar anahuasca usa-se normalmente a jurema em pó numa infusão em água quente. Dependendo do método que usares, a infusão leva entre 1 hora a um dia a preparar. Algumas pessoas preparam uma ou mais infusões da mesma planta e depois juntam-nas todas. Por vezes juntam-se acidificadores como vinagre ou sumo de limão para acelerar a extracção. Os tempos de cozedura normais são entre 1.5 e 4 horas no total. O líquido obtido deve ferver-se até que se reduza a uma quantidade própria para beber, e deves tomá-lo 15 a 60 minutos depois de ingerires uma preparação de 3 a 4 gr de P. harmala ou 50 a 150 gr de Banisteriopsis caapi.
Também podes preparar um líquido psicoativo apenas a partir da jurema. Junta 25 a 35 gr (novatos entre 10 e 20 gr) da casca da raiz em pó a 125 a 175 ml de água fria durante uma hora, desfazendo e mexendo o pó algumas vezes. Filtra e guarda o líquido, e usa o pó da raiz para mais uma preparação igual. Os dois líquidos misturados devem ser bebidos de estômago vazio.
Devido à sua alta potência e baixo preço, a jurema é muito usada para extractos botâncios. Estes extractos são normalmente usados como incenso.