Porque se desenvolve o Cancro?
Remédios Naturais e Plantas Medicinais

Porque se desenvolve o Cancro?


Porque se desenvolve o Cancro?


O Cancro

Uma vez que o cancro se caracteriza por um tumor nos tecidos do doente, pareceria legítimo abordar esta doença com o estudo de uma descrição dos tumores cancerosos, mas isso significaria concentrarmo-nos numa manifestação local, enquanto a doença propriamente dita reside no terreno. Seria o mesmo que fixarmo-nos nos sintomas, nos efeitos e esquecermos a verdadeira causa primeira. A possibilidade de compreensão da doença e do iniciar dos tratamentos ver-se-ia dimi­nuída com uma tal atitude.
O estado do terreno será o motivo pelo qual surge o tumor? Não será um pouco anacrónico recorrermos a um velho conceito de há mais de 2000 anos, para uma doença sobre a qual se debruçam milhares de investigadores equipados com os meios mais sofisticados? Longe de invalidar este conceito, todas as modernas descobertas científicas vêm, pelo contrário, confirmar este facto: o estado do terreno é determinante para o desenvolvimento de um tumor canceroso.

O terreno canceroso

O que pode transformar um terreno são num terreno canceroso? As investigações laboratoriais levaram à identificação de numerosas substâncias que podem induzir à transformação de uma célula sã numa célula cancerosa. A absorção, por parte do organismo, de tais subs­tâncias designadas por cancerígenas e a sua presença nos tecidos, contribuem para a constituição de um terreno canceroso. Trata-se, principalmente, de:
-       nitrosaminas: nitratos que, por redução, formam nitritos;
-        o benzeno-3-4-pireno que se encontra no peixe e nas carnes fumadas ou nos alimentos assados em fogo de lenha;
-       as micotoxinas ou toxinas segregadas pelos molhos de amen­doim (aflatoxina), do arroz (liteoskirina)…;
-       substâncias fabricadas por algumas plantas, como os alcalóides de Senecio;
-       alguns corantes alimentares: o amaranto (e 23), a anilina, etc.;
-       alguns insecticidas, fungicidas e herbicidas; ou porque os ali­mentos contenham os pesticidas em questão, ou porque conte­nham os seus metabolitos;
-       o álcool: directamente por irritação das mucosas ou indirecta­mente, pelas substâncias cancerígenas que derivam de algumas formas de preparação;
-       os edulcorantes (ciclamato, sacarina);
-       o tabaco;
-       o talco que serve para dar brilho ao arroz, etc.
A estas substâncias de origem alimentar, cuja lista é extensa, há que juntar todas as substâncias químicas cancerígenas, conhecidas ou não, contidas nas embalagens que envolvem os alimentos, em alguns medicamentos, nos resíduos industriais, etc.
Não é necessário continuar esta enumeração para sublinhar que tudo isto nos leva à questão fundamental. De que outro modo pode­remos classificar um meio orgânico que contém algumas destas subs­tâncias, senão como um terreno sobrecarregado de resíduos?
Quando se apresenta uma lista de substâncias cancerígenas, facil­mente podemos ficar com a impressão de que estas são a única causa do cancro. É certo que o perigo que representam é uma realidade, mas, tal como os micróbios, a sua nocividade depende do estado do terreno.

Seria, inclusivamente, tentador parafrasear a célebre máxima de Pas­teur: “Cancerígeno não significa nada; toda a importância está no terreno.”
Com efeito, uma substância cancerígena pode ser destruída, graças à função antitóxica do fígado; naturalmente que isto ocorre apenas quando a função hepática se efectua com normalidade, coisa que depende da forma de vida do indivíduo e, portanto, em última instân­cia, do estado do seu terreno.
Muitas substâncias cancerígenas só se tornam activas se entrarem em contacto com outras substâncias não cancerígenas, designadas por promotoras do cancro. Felizmente, já temos algumas dessas substân­cias descobertas. Entre elas encontram-se, por exemplo, aditivos que se consideravam totalmente inócuos. Logicamente, quanto mais so­brecarregado estiver o terreno, mais provável será que contenha subs­tâncias promotoras do cancro. Ao fim e ao cabo, não quererá isto dizer que a acção das substâncias cancerígenas depende do estado do ter­reno?
Além disso, dentre as pessoas que se encontram em contacto com as mesmas substâncias cancerígenas, por exemplo, os operários de uma fábrica, nem todas desenvolvem, necessariamente, um cancro. Cada operário, em função da sua alimentação, dos problemas profis­sionais ou familiares que tem que enfrentar, mas também pela sua hereditariedade, pelo seu temperamento, pelas suas debilidades orgâ­nicas, possuirá um terreno especial, diferente do dos seus colegas, que lhe permitirá ou não o desenvolvimento de um cancro.
Convém observar, ainda, outros factos significativos. Provou-se que o surgimento e desenvolvimento de um tumor canceroso seria claramente favorecido quando a pessoa estivesse sobrealimentada, principalmente se o excesso alimentar tivesse base em açúcar refinado, carne e gorduras; ou se a pessoa fosse obesa, obstipada e sedentária. Entre outros factores que favorecem o desenvolvimento do tumor encontram-se as carências de oxigénio, magnésio, ferro, zinco, vita­mina A, C, etc., factores que nos remetem, desta vez, para a noção de terreno com carências.
 

A possibilidade de desenvolvimento de um tumor maligno depen­de de todo um conjunto de factores, cujos efeitos se inscrevem no terreno. Não estamos, pois, à mercê da primeira substância cancerígena que apareça. Se o terreno for são e resistente, ela será neutralizada, destruída e eliminada. Em troca, se o terreno estiver desequilibrado, possuirá uma acção cancerígena, e esta ver-se-á favorecida e, até, reforçada pelas deficiências do terreno.
Sem dúvida, é o momento ideal para que, individualmente, cada qual evite consumir produtos cancerígenos e que, a nível social, se tomem medidas para afastar de nós estas substâncias. No entanto, é conveniente mantermos este aspecto da questão sob uma perspectiva mais alargada, pois, deixando-nos hipnotizar demasiado por estas substâncias, como acontece no caso dos micróbios, acabamos por nos esquecer do terreno.
Para nos resguardarmos do cancro, não basta eliminar as substân­cias cancerígenas conhecidas. Efectivamente, uma célula normal pode transformar-se numa célula cancerosa quando o terreno se degrada devido às sobrecargas e às carências. Mas, até mesmo quando se atinge esse ponto, o destino de uma célula cancerosa depende total­mente do terreno. De uma célula cancerosa não resulta, sistematica­mente, um tumor maligno.
Um “ser” vivo, quer se trate de um micróbio ou de uma célula (cancerosa ou não), só poderá viver num organismo se este o aceitar e lhe oferecer as condições de vida que lhe são necessárias para o seu desenvolvimento. Se isto acontecer, os micróbios multiplicam-se e chegamos a uma infecção; se se tratar de uma célula cancerosa, che­garemos a um tumor. Mas, quando o terreno não oferece as condições de vida necessárias, o micróbio permanece inofensivo e é destruído. A célula cancerosa é, também, destruída neste meio que lhe é hostil.
Comprova-se, pois, a importância do terreno para as possibilidades de acção cancerígena de uma substância e da evolução de uma célula cancerosa para um tumor maligno. Convém considerar que, à partida, o estado do nosso terreno depende da influência hereditária, mas também de uma forma essencial de higiene de vida física e psíquica que escolhemos para nós.

Da célula cancerosa ao tumor maligno

No nosso terreno, cada órgão desempenha uma função precisa em colaboração com os outros. A sua independência e os equilíbrios subtis que se desenvolvem entre eles fazem com que nada possa ser acrescentado ou retirado da “máquina orgânica” para que esta funcione melhor. A localização e o volume de cada órgão estão equilibrada­mente relacionados entre si, com um funcionamento individual com­passado, para que possam trabalhar harmoniosamente como um todo.
Todos estes equilíbrios, toda esta organização pressupõem uma orientação inteligente que regula e controla a vida orgânica. Esta orientação é extraordinária, uma vez que o corpo conta com cinco biliões de células que é necessário orientar e controlar para que as suas localizações se mantenham e para que cumpram a sua função de acordo com o resto do organismo.
Se uma parte do todo, um grupo celular, por exemplo, não estiver no lugar que lhe está destinado, a harmonia orgânica será quebrada e a sobrevivência do conjunto será colocada em perigo. Não realizando a sua tarefa no local próprio, perturba o trabalho que os outros tentam realizar, para além de se tornar uma presença incómoda.
A sabedoria que preside à organização do corpo não permite nor­malmente que tais anomalias se produzam e permaneçam. Através do processo de selecção natural, as células rebeldes encontram-se em condições de vida que lhes são menos favoráveis do que às que se encontram nos seus lugares correctos. Portanto, torna-se-lhes mais difícil a sobrevivência e o enraizamento nesse ambiente que não lhes está destinado. Além disso, o sistema de defesa do organismo, o sis­tema imunológico, localiza essas células perturbadoras, destruindo-as e eliminando-as.
Como vimos, o sistema imunológico de um organismo é muito menos eficaz quando o terreno se encontra degradado pelas sobrecar­gas e carências. Portanto, apesar do maravilhoso controlo e organiza­ção de que goza o corpo e devido a uma falta de respeito pelas normas fisiológicas que se desprendem desta organização, é possível que uma célula cancerosa possa não só sobreviver numa parte do corpo onde não deveria estar, como também estabelecer uma colónia com outras semelhantes a si. Essa colonia de células estranhas designa-se por tumor.
 

O desenvolvimento do tumor

A célula cancerosa diferencia-se da célula normal pelo seu pro­cesso de multiplicação. Uma célula sã, ao dividir-se, dá lugar a duas células filhas e deixa de existir como tal. Uma das duas células não é fecunda, e a sua função será a de participar nos trabalhos do órgão a que pertence (célula obreira funcional). A segunda célula é fecunda (célula geradora). O seu papel será o de originar duas novas células filhas, das quais uma será, novamente, fecunda e a outra não. O facto de a célula geradora dar sempre lugar, ao mesmo tempo, a uma célula geradora e a uma célula obreira, permite que o conjunto dos órgãos permaneça estável. Com efeito, a ausência de descendentes da célula obreira é compensada pela outra célula proveniente da célula gera­dora.
A particularidade de uma célula cancerosa é a de dar lugar a duas células geradoras, que, por sua vez, originam, também, duas outras células geradoras e assim sucessivamente. Portanto, o número de células do tecido canceroso não permanece estável; cresce rapidamente.
Em média, uma célula cancerosa divide-se quatro vezes por ano e, recordêmo-lo, nascem duas células geradoras de cada vez. Deste modo, o número de células duplica-se a cada divisão celular. As duas células filhas que resultam da primeira divisão dão lugar, cada uma, a outras duas células filhas. Então, estão presentes quatro células. Ao dividirem-se, as duas células iniciadoras deixam de existir como tal e já não entram na contagem. Na divisão seguinte, a terceira, cada uma das quatro células origina duas, o que perfaz um total de oito, etc. (ver tabela 1). Ao cabo de um ano, na quarta divisão, estaremos na pre­sença de dezasseis células. Dezasseis células, num organismo que conta com cinco biliões, representa pouca coisa. Mas o ritmo de crescimento processa-se numa progressão geométrica, duplicando-se a cada vez (2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256…), e, assim sendo, o número de células cancerosas do tumor cresce a uma velocidade vertiginosa.

 divisão celulas cancerigenas

A tabela 2 mostra a progressão do número de células de ano a ano, por cada divisão.
As diversas fases importantes pelas quais passa o desenvolvimento do tumor são as seguintes:

O estádio das mil células

No decurso do seu terceiro ano de idade, o tumor alcança o estádio das mil células. Este agrupamento celular não constitui ainda o ver­dadeiro perigo, pois não evoluirá, necessariamente, para um tumor canceroso firmemente estabelecido. De facto, é até muito instável e encontra-se mal apoiado nos tecidos. Ainda pode ser destruído e eli­minado com facilidade, em virtude da lei de selecção natural, segundo a qual as células anormais se tornam inviáveis num meio em que predominam as células sãs.
Por conseguinte, ainda não podemos falar de cancro propriamente dito, mas apenas de um tumor reversível, susceptível de desaparecer espontaneamente, se as condições lhe forem desfavoráveis. Inclusiva­mente, parece que a existência de tais tumores no organismo é normal, mas que fracassam e não produzem efeitos desagradáveis desde que o terreno esteja são e o sistema imunológico funcione.

O estádio de um milhão de células

Se o terreno permitir, o tumor continuará a crescer até alcançar, no quinto ano, o milhão de células e o peso de 1 mg. Mede apenas 1 mm, mas, na escala celular, estas dimensões são enormes e suficientes para evitar que as células situadas no centro do tumor entrem em contacto com as células sãs circundantes. Deste modo, a selecção natural não pode actuar sobre elas, pois a ausência de contacto evita o confronto com as células sãs. Se todas as condições se mantiverem inalteráveis, o tumor será capaz de crescer sem encontrar qualquer oposição rele­vante.
Com a permanente duplicação do número de células a cada divisão, na divisão seguinte existirão 2 milhões de células, depois 4, 8, etc.
Apesar destes números, as dimensões do tumor são demasiado pequenas para que ele possa ser descoberto através das técnicas ac­tuais. A detecção só será possível três anos depois, quando o seu volume for mil vezes maior.

O estádio de mil milhões de células

No seu oitavo ano, o tumor mede aproximadamente 1 cm e pesa 1 grama. Evoluiu, pois, ao longo de oito anos, no silêncio das profundezas. Conseguiu crescer e instalar-se solidamente nos tecidos. Só agora poderá ser descoberto, caso se efectuem exames. No entanto, descobrir um tumor não significa tratá-lo e eliminá-lo.
Para complicar as coisas, quando se pode descobri-lo e iniciar um tratamento curativo, ele dá início a uma nova fase da sua vida: a fase da propagação.
Efectivamente, as células isoladas ou em placas (metástases) desprendem-se do tumor-mãe e, levadas pela corrente sanguínea ou lin­fática, vão colonizar outras partes do corpo. Assim, no momento em que se consegue descobrir o tumor-mãe e se poderia passar à acção, esta perde, em grande parte, o seu poder, uma vez que no interior dos tecidos se começam a produzir tumores-filhos que, por sua vez, são igualmente indestrutíveis.
Parece que a natureza nos dá uma lição, querendo corrigir a nossa obstinada preocupação com os efeitos, sem nos lembrarmos das cau­sas que originam as doenças. Faz com que nos apercebamos de que é mais sábio prevenir do que curar.

O estádio de 1 bilião de células

Quando o tumor, tumores-filhos (metástases) incluídos, alcança o bilião de células, pesa 1 kg e tem um volume de 10 cm. Geralmente, o portador de um tal tumor morre, pois o corpo humano não tolera uma massa tumoral superior a 1 kg.
Esta descrição do desenvolvimento de um tumor deve ser consi­derada um retrato-tipo, uma das numerosas possibilidades de percurso de um tumor.


Tabela 2
A  multiplicação do número de células num tumor
 tabela 2 celulas cancerigenas

Na verdade, todo o processo se pode desenvolver mais lentamente, com períodos de trégua: o tumor não progride ou, inclu­sivamente, retrocede, nuns casos mais do que em outros e, às vezes… até desaparece completamente. Neste caso, as células cancerosas encontram condições de vida adversas, porque o terreno se encontra depurado, as carências foram satisfeitas e o estado psíquico do doente melhorou.
Por outro lado, o desenvolvimento do tumor pode acelerar-se quando o estado psicológico do paciente sofre uma quebra, como por exemplo após um choque afectivo, ou quando o organismo fica mais carenciado, aumentando assim o nível de intoxicação. Comprovou-se experimen­talmente que basta aumentar a dose de glúcidos, sobretudo de açúcar refinado, para fazer aparecer um cancro.
O desenvolvimento de um tumor não se efectua, pois, segundo uma lógica interna cega e independente do meio em que se encontra. As células cancerosas, do mesmo modo que as outras, nadam nos líquidos nutritivos do corpo e deles dependem totalmente. Pela sua anormalidade, debilidade e deficiência, são muito mais dependentes desses líquidos, levando a que as suas necessidades sejam, geralmen­te, maiores do que as de uma célula sã. Além disso, um tumor can­ceroso organiza-se extremamente mal. Todo o seu sistema – aportes nutritivos, eliminação das toxinas, circulação, oxigenação… – é defi­ciente, ao ponto de uma parte importante das células morrer de inanição e a outra só poder sobreviver através da hibernação. O perigo que representam não se deve ao seu próprio vigor, mas sim ao estado debilitado em que se encontra o resto do organismo.
Não esqueçamos que aos oito anos de desenvolvimento silencioso de um tumor corresponde uma degradação paralela e não menos importante do terreno, adicionada ainda ao seu estado de imperfeição inicial, o qual permitiu o surgimento do tumor.
Qualquer melhoramento do terreno representa um atentado às possibilidades de sobrevivência do tumor. Quanto mais toxinas se expulsarem e melhor se satisfizerem as carências, mais possibilidades damos às células sãs de readquirirem a sua vitalidade e mais adversas se tornam as condições para as células cancerosas.

Este ponto foi também confirmado, tanto através de estudos rea­lizados em laboratórios sobre culturas de células cancerosas, como pela experiência vivida por milhares de cancerosos que experimenta­ram modificar em profundidade a qualidade do seu terreno.
O desenvolvimento de um tumor não se processa unicamente sob a forma de crescimento. Trata-se de um processo dinâmico, vivo, que pode encaminhar-se tanto para o aumento, como para a diminuição. Tudo depende da acção que o indivíduo esteja disposto a realizar sobre o terreno orgânico e… dos danos causados pelo tumor.
Efectivamente, um tumor canceroso pode originar defeitos de todo o tipo. Quanto mais numerosas forem as células cancerosas, mais absorvem as substâncias nutritivas das células sãs; além disso, as suas necessidades nutritivas são maiores do que as das células normais.
O tumor comporta-se como uma planta parasita que esgota a ár­vore sobre a qual se desenvolve.
As células anormais expulsam também uma grande quantidade de toxinas que envenenam todo o organismo e contribuem para um maior aumento da degradação do terreno. Este fenómeno origina, natural­mente, uma multidão de pequenos transtornos, aparentemente sem qualquer relação directa com o tumor, a não ser o facto de resultarem do aumento da percentagem da sobrecarga.
A estes transtornos devidos à actividade do tumor juntam-se ainda as perturbações provocadas pela sua localização. Quanto mais aumen­ta o volume do tumor, maior a área ocupada do espaço normalmente destinado aos tecidos sãos, chegando a comprimir os órgãos, diminuindo-lhes as capacidades funcionais, ou a obstruir canais como, por exemplo, os intestinos ou as vias respiratórias, impedindo que as evacuações ou as trocas se produzam correctamente.
Ao contrário dos tumores benignos (quistos, verrugas, etc.), que se mantêm bem encapsulados, o tumor canceroso invade o organismo. Segrega enzimas que digerem os tecidos vizinhos, acabando por des­truí-los. Deste modo, abre-se caminho para a criação de um espaço propício ao seu aumento de volume.
Um tumor pode infiltrar-se e desenvolver-se num órgão até um tal limite que as paredes deste acabam por ser comprimidas pelas células cancerosas, quer dizer, células de qualidade inferior. Daí resultam rupturas inevitáveis, perfurações e hemorragias.
O carácter invasivo do tumor canceroso não se manifesta apenas localmente, já que, como vimos anteriormente, as células cancerosas poderão desprender-se do tumor-mãe e, pela via linfática ou sanguí­nea, criar e desenvolver tumores-filhos em lugares bem afastados do seu ponto de origem.
Face aos problemas ocasionados pelo desenvolvimento do tumor, a tentação de querer destruí-lo o mais rapidamente possível é, logicamente, grande.
Todavia, o caminho da luta contra os sintomas está repleto de obstáculos. As técnicas da extirpação cirúrgica do tumor e da destrui­ção das células cancerosas através da radioterapia ou da quimioterapia não são realmente eficazes, principalmente se forem utilizadas dema­siado cedo, isto é, se o tumor não estiver ainda desenvolvido e se não existirem metástases isoladas.
Certamente que o organismo se sentirá aliviado de um peso se o tumor for extraído. Contudo, não está ainda resolvido o problema de fundo, a correcção do terreno capaz, por si só, de travar o desenvol­vimento do tumor e as possibilidades de desenvolvimento das metástases. Assim como também não está resolvida a situação de todos os transtornos adicionais derivados da degradação do terreno.
Seja qual for a doença (neste caso, o cancro), cada doente cance­roso é um caso único, com as suas características próprias. Assim, há sempre que considerar toda a situação orgânica e psíquica do paciente, para se poder decidir sobre a terapia a empregar. Já Hipócrates escre­via que “… não poderão existir regras matemáticas e invariáveis no tratamento dos doentes. Efectivamente, a medicina deve fazer de uma forma num dado momento, para, no momento seguinte, fazer preci­samente o contrário”.

De qualquer maneira, a lógica pretende que o tratamento dos sinto­mas esteja sempre associado a um tratamento de fundo sobre o terreno, como preparação para as intervenções alopáticas (cirurgia, radiotera­pia, etc.), mas também após estas, para poder agir sobre as causas.
A correcção do terreno, diminuindo a gravidade dos transtornos locais e melhorando o estado geral, permitirá, por um lado, que o doente reaja melhor ao tratamento e, por outro, que o terapeuta utilize doses menos fortes. A recuperação do doente será mais fácil após as intervenções alopáticas, e evitar-se-ão muitas complicações como hemorragias, alergias e outras.
Iremos sempre a tempo, ainda que só se inicie o tratamento do terreno após as intervenções alopáticas, e jamais deveremos pensar que será uma atitude supérflua, ou que já é tarde para fazê-lo. É até um óptimo momento para atacar, finalmente, as causas. Ao eleger-se a terapia, contrariamente ao que poderia supor-se, a questão não reside em pensarmos se faz ou não falta um tratamento de fundo após o tra­tamento dos sintomas, mas, antes, se será necessário associar um tratamento dos sintomas ao tratamento de fundo.
Quaisquer melhoras verificadas no terreno represen­tam um atentado contra as possibilidades de sobrevivên­cia do tumor.

De: Christopher Vasey
Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.




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