Os Órgãos Excretores
O nosso corpo está dotado de cinco órgãos encarregues de filtrar sangue, libertá-lo de todos os resíduos resultantes dos metabolismos e expulsá-los para o exterior. Estes cinco órgãos excretores, também chamados eliminadores, são o fígado, os intestinos, os rins, a pele e as vias respiratórias.
Quando funcionam correctamente, são capazes de eliminar todos os resíduos originados por um modo de vida normal. Quando se cometem erros, a pureza humoral pode defender-se durante algum tempo, dado que a força vital intensifica o trabalho de filtragem e, eliminação dos órgãos excretores. Mas este aumento de trabalho não se prolonga indefinidamente. Mais tarde ou mais cedo, os órgãos excretores esgotam-se e diminuem a sua actividade. Se continuar, o esgotamento pelo cansaço excessivo, acabarão por se lesionar, tornando-se incapazes de recobrar um funcionamento normal.
Deve proceder-se a uma correcção rápida de todos os erros que originam uma ingestão excessiva de toxinas; caso contrário, os órgãos excretores estragam-se, levando ao acumular de toxinas no corpo.
Alguns números permitir-nos-ão tomar consciência da velocidade com que o organismo pode saturar-se de resíduos. Os rins eliminam, normalmente, de 25 a 30 gramas de ureia em 24 horas. Se apenas eliminarem 20, isso representará uma retenção de 5 gramas num dia, ou seja, 150 gramas por mês. Se, em vez de eliminar 12 gramas de sal (NaCl) em 24 horas, os rins eliminarem apenas 10, isso representará uma retenção de 60 gramas por mês.
Naturalmente, estes números não representam exactamente a realidade, pois os resíduos que um órgão excretor não consegue eliminar podem ser eliminados por outro, sempre que a capacidade deste não se encontre também ultrapassada. Mas estes números podem tornar-nos mais conscientes da quantidade de resíduos que se poderão acumular e deteriorar o terreno se não nos preocuparmos com as nossas vias eliminatórias.
Quais são, pois, os critérios do bom funcionamento dos nossos cinco órgãos excretores?
O Fígado
O fígado filtra o sangue e, através da bílis, expulsa os resíduos.
A bílis tem uma função excretora, mas a sua função principal é a digestiva, uma vez que faz a emulsão das gorduras, etapa importante do processo digestivo.
A insuficiência biliar manifesta-se em geral como uma dificuldade de digerir, apresentando-se sob a forma de dores, náuseas, fermentações, ventre inchado, língua suja, mau hálito, enxaquecas após as refeições, rejeição e impossibilidade de digerir alimentos gordos como os ovos, os fritos, os molhos gordos e os doces.
A consistência e a cor das fezes são, também, reveladoras. Quando falta a bílis, a pessoa encontra-se, geralmente, obstipada, tem fezes duras, secas, como “caganitas de cabra”. A cor amarelo pardo das fezes deve-se à presença de pigmentos biliares; a pele e os olhos podem tomar-se amarelos quando a bílis não é bem eliminada e quando, retidos no fígado, os pigmentos passam para o sangue.
Citemos, também, outros sintomas reveladores: a pele gorda, a propensão para as espinhas, a tendência para os catarros das vias respiratórias.
Mesmo que não padeçamos ainda dos transtornos mencionados, poderá acontecer que o nosso fígado esteja em vésperas de se tomar deficiente, pois todo o nosso modo de vida antinatural não deixa de contribuir para isso (sobrealimentação global ou específica, envenenamento químico, vacinas … ).
Os Intestinos
Quando os intestinos funcionam correctamente, esvaziam-se uma ou duas vezes por dia, não necessariamente a uma hora fixa, as fezes são bem expulsas, saindo com facilidade e não possuem um odor muito forte. Após a passagem pela casa de banho, a pessoa deverá sempre sentir que os seus intestinos ficaram vazios.
Mas quantas pessoas há que só conseguem evacuar a cada dois ou três dias, se não menos, têm fezes duras e secas ou, pelo contrário, completamente desfeitas e nauseabundas? Estas pessoas costumam evacuar com muita dificuldade e têm a impressão de que nunca esvaziam o intestino por completo.
Esta impressão está totalmente certa: as matérias acumulam-se, distendem e deformam os intestinos e, ao fermentarem e apodrecerem, agridem as mucosas intestinais que, deste modo, se tornam porosas. Em vez de serem evacuados, os resíduos são reabsorvidos pelas mucosas feridas e, através do sangue, são distribuídos por todo o organismo.
Os Rins
Os rins excretam os resíduos que filtram do sangue, diluindo-os em água. As quantidades e características da urina informam-nos, pois, sobre o estado de funcionamento do aparelho excretor renal. Normalmente, deveriam eliminar-se diariamente 1,3 litros de urina, em média, o que representa cinco a seis micções por dia. Quando a urina está carregada de resíduos, possui uma coloração amarela dourada e possui um cheiro característico.
Quando as quantidades de urina são inferiores às normais, se a pessoa urina apenas duas ou três vezes por dia, ou se a urina é tão clara que parece água, estaremos perante uma insuficiência renal. Neste caso, os rins eliminam os líquidos mas não estão a eliminar suficientemente os resíduos, pelo menos não na quantidade necessária para colorir de amarelo a urina. Esta observação sobre a cor logicamente que não é válida para as pessoas que bebem mais do que os necessários dois ou três litros de água por dia, o que produz o efeito de diluir a urina e fazê-la perder a sua cor.
A pele
Com as glândulas sebáceas que segregam o sebo e as glândulas sudoríparas que segregam o suor, a pele dispõe de um duplo sistema de eliminação. Estas glândulas distintas são muito pequenas, mas muito numerosas. Por conseguinte, podem eliminar avultadas quantidades de resíduos. Durante os estados febris, por exemplo, a pele pode transpirar litros de suor carregados de ureia, de ácido úrico e de sal.
Uma pele que funciona bem transpira nos momentos em que se desenvolvem esforços, ou nas subidas de temperatura. Uma pessoa que nunca transpira, ou que só transpira de modo muito localizado, tem o sistema excretor fechado; assim, devido ao seu trabalho insuficiente, vai obrigar os outros a trabalharem demais.
Outros sinais de mau funcionamento são: pele demasiado seca ou, pelo contrário, demasiado oleosa e, ainda, a presença de espinhas.
O surgimento de uma espinha ou de um eczema é, certamente, uma reacção defensiva de eliminação, mas é também um sintoma de que as evacuações se fazem mal, uma vez que os resíduos ficam retidos no órgão excretor.
As vias respiratórias
Os resíduos eliminados pelas vias respiratórias deveriam ser, principalmente, de natureza gasosa: gás carbónico, vapor de água… Os resíduos sólidos deveriam ser bastante raros e constituídos, sobretudo, pelo pó inspirado e retido nos filtros da parte superior das vias respiratórias. Por conseguinte, não é normal ver alguém assoar-se constantemente, tossir ou expectorar. A propensão para sofrer de catarros das vias respiratórias, sejam quais forem os seus aspectos (constipação, sinusite, bronquite… ) é um sinal de contaminação do terreno e de cansaço pelo excesso da actividade dos órgãos excretores.
A inspiração e a expiração do ar deveriam fazer-se normalmente em profundidade e adaptar-se com facilidade a todas as mudanças de ritmo devidas aos esforços mais intensos. Aquele que se cansa com demasiada facilidade, mesmo com ligeiros esforços, que tem frequentes faltas de ar ou que necessita de expectorar frequentemente os resíduos coloidais, demonstra que as trocas gasosas se realizam mal e que o excretor pulmonar se encontra sobrecarregado.
O trabalho dos cinco órgãos excretores não consiste apenas na expulsão dos resíduos para fora do organismo. Em primeiro lugar, devem filtrar e extrair essas matérias do sangue e, em seguida, prepará-las para que abandonem facilmente o organismo, sem danificar os tecidos.
Cada órgão excretor filtra e elimina resíduos específicos. Quando um deles não consegue eliminar todas as matérias que se lhe apresentam, é substituído por outro órgão excretor que o alivia do seu trabalho. Por exemplo, os resíduos coloidais que o filtro hepático não é capaz de filtrar podem ser expulsos através do suor.
Existe, pois, um sistema de ajuda mútua entre os órgãos excretores que permite salvaguardar a pureza humoral, assegurando as evacuações indispensáveis. É evidente que este sistema só funciona quando os órgãos excretores de socorro não se encontram sobrecarregados. Quando ocorre esta situação, produz-se uma obstrução rápida e profunda do corpo.
A deficiência de um órgão excretor não conduz, pois, directamente às enfermidades graves. Mas a insuficiência crónica de um ou vários órgãos excretores certamente que conduzirá a elas, devido à saturação progressiva do terreno pelos resíduos. Os doentes graves são todos “evacuadores deficientes”.
Do livro Compreender as Doenças Graves
CRISTOPHER VASEY
Editora Estampa
fonte: http://solucaoperfeita.com/as-mas-evacuacoes/
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