Desconstruindo mitos… autismo ”Interesses restritos e obsessivos” ou ”interesses não-sociais”?
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Desconstruindo mitos… autismo ”Interesses restritos e obsessivos” ou ”interesses não-sociais”?


 
É bem conhecido que um dos supostos ”sintomas” daqueles que são autistas ou que estão em algum nível maior dentro do espectro, seriam os ” interesses restritos e obsessivos”.
É interessante quando estamos metaforicamente confortáveis em nossas cadeiras de praia e analisamos a paisagem de maneira desapaixonada e baseada em considerações pessoais morais de ”o que é certo e o que não é”.
É assim que eu vejo a quadrilha de ”cientistas” que tem se debruçado para ”estudar” o autismo. Eu já disse pra vocês que quem entra no site de Baron-Cohen e cia, não vê um local de ciência que busque analisar TODAS AS PERSPECTIVAS de seu objeto de discussão, ou seja, o autismo e seus ”portadores”, se podemos denominá-los assim, visto que o autismo tende a ser parte integral das identidades daqueles que são mental-fisiologicamente moldados por ”ele”.
O que vemos é um espetáculo triste de clara patologização e estigmatização das pessoas autistas, onde os traços negativos, que todos nós temos diga-se, são quase sempre exaltados e onde os traços positivos, são completamente desprezados. Algo cheira mal na turminha pra variar de um judeu estúpido, que já teve muitos bons insights sobre o autismo, mas que resolveu destruir parte de sua credibilidade por meio deste site asqueroso, que há todo momento busca por defeitos, reais e muitos que são extremamente exagerados para estigmatizar o autismo como uma doença. ”Quando se é ou se pensa que é Deus, tudo pode não acham*”.
Os autistas são ”diagnosticados” como obsessivos com interesses restritos. Partindo-se desta afirmação, devemos compará-los com os ditos neurotípicos para que possamos ter uma visualização real, ampla e correta sobre esta suposta realidade.
Se ao comparar autistas e não-autistas, encontrarmos no segundo grupo uma profusão de interesses diversos tanto a nível individual quanto coletivo, aí sim, poderemos por fim, ”definir” que os autistas tem um problema mental que os torna obcecados por interesses restritos. No entanto, eu não vejo esta super diversidade de interesses em qualquer população de controlo. Todos nós temos interesses restritos e geralmente, somos obcecados por eles.
Os autistas, que geralmente apresentam interesses de natureza intelectual ou científica, são digamos assim, retardados mentais com ilhas de inteligência, ao passo que, a torcida organizada do corinthians, que é composta por obcecados por interesses restritos, é normal.
Estas pessoas são normais, autistas não. Os interesses dos neurotípicos é muito variado.
 
Que mundo é esse em que vivemos???
Se estigmatiza toda uma ”condição”, que claramente exibe muitos traços positivos, diga-se, muito positivos, em prol da suposta normalidade??
O que eu vejo,
os supostos ”interesses obsessivos e restritos”, segundo o psiquiatra mais próximo de você, se refere eloquentemente a INTERESSES NÃO-SOCIAIS. Se não estamos interagindo socialmente então somos obcecados e com interesses ”restritos”. Mas quem por acaso que tem múltiplos interesses, quem não, que multidão de milhões de neurotípicos que apresentam interesses alargados ao ponto de serem retratados como irrevogavelmente distintos dos autistas neste quesito??
Não ser sociável é o mais novo pecado do dogmatismo.
 
 
Interesses restritos??
Apenas um assunto já pode nos presentear com muitas descobertas extremamente interessantes. Podemos encontrar grande quantidade de assuntos em um único interesse e poucos assuntos em vários interesses.
É relativo e complexo e não há nada que possa justificar a padronização da psicologia em relação a esta minúcia deste assunto específico.
Parece que, necessitam inventar traços ou mostrá-los como extremamente negativos, para dar suporte à teoria predominantemente patogênica do Autismo.
Autistas não existem…
O autismo abarca uma enorme variedade de tipos, como não deveria de ser diferente, afinal, qualquer população apresenta uma variedade interna de tipos. Aquela que não é internamente variável, ou encontrou a solução perfeita de sobrevivência coletiva ou é utópica ou já foi extinta.O mecanismo da seleção natural precisa desta diversidade, se não, vai selecionar o quê?? Para selecionar, deve selecionar algo de alguma coisa.
Eu uso o termo ”autistas” apenas como uma maneira de resumir uma denominação conceitual mais enjoada de ser lida como por exemplo, conjunto demográfico, variável de indivíduos geograficamente distribuídos e neurologicamente unidos por algumas semelhanças fundamentais de funcionalidade e fisiologia cerebral, capacitados por características cognitivas marcadas por grande variação de qualidades e deficiências, onde determinadas combinações entre extremos de funcionamento geral, cognitivo, intelectual, motora etc… podem resultar tanto na construção de fenótipos que se assemelham a graus de retardamento mental (muitas vezes, pseudo-retardamento) assim como também de excepcionalidade.
Portanto, quando eu, você ou qualquer outro interessado no assunto, falar sobre autistas ou sobre qualquer grupos, abstrações numérico-demográficas, lembre-se, não estamos nos referindo a uma população homogênea, aliás, uma população homogênea é artigo bem raro no mercado, talvez um grupo de clones nos possa representar bem o que isto deseja indicar.
 
Portanto, como conclusão, não há suporte racional que sustente um dos traços mais característicos do Autismo como um sintoma, se ao compará-lo com outros grupos de ”normais”, não temos a nível individual uma grande quantidade de interesses diversos como contraste. Não só não há sustentação de parte da teoria predominantemente patogênica do Autismo por meio deste pseudo-sintoma, assim como também não é improvável que seja uma inverdade, partindo de muitos relatos dos próprios autistas, sobre os seus interesses, quase sempre de tom intelectual e científica, filosofia, geometria, geografia, história, política, engenharia, matemática, física, etc… que boa parte da população se interessa muito mais por causa de possíveis vantagens financeiras e sociais que a escolaridade pode trazer.
 
Mesmo que fosse verdade em relação aos supostos ”interesses obsessivos e restritos”, como eu disse acima, apenas um assunto pode ter muitas vertentes distintas e portanto julgar que a quantidade de assuntos é mais importante que a qualidade, é muito estúpido e no entanto, MUITOS de nossos técnicos de alto qi acreditam nesta idiotice sem aprofundamento, como a que estou fazendo agora.
 
http://santoculto.wordpress.com/page/3/



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