Constituída por mais de 90% de água, a melancia figura entre as dez hortaliças mais comercializadas em nível nacional, tanto no volume quanto no valor econômico. É uma fruta altamente refrescante, com propriedades hidratantes; contém ainda açúcar, vitaminas do complexo B e minerais como cálcio, fósforo e ferro.
A época de plantio mais favorável à comercialização vai de agosto a novembro, porém, em regiões de inverno mais ameno pode ser plantada durante o ano todo, contudo temperaturas acima dos 35ºC podem prejudicar a floração. A irrigação é indispensável na fase da germinação e de frutificação, especialmente em solo arenoso, contudo o excesso de umidade pode alterar o sabor do fruto e deixá-los aguados.
No verão, a colheita tem início com 85 dias após a semeadura. Já no inverno, ocorre em 105 dias depois, quando o pedúnculo se torna seco. É recomendado marcar os frutos perfeitos logo após a fecundação com estacas de bambu coloridas a cada cinco dias e com cores diferentes, a fim de permitir a contagem de 40 dias, necessários para a maturação do fruto. A produtividade normal varia de 30 a 50 toneladas por hectare.
No Brasil, basicamente, são cultivadas as variedades japonesas e americanas, que são mais precoces e resistentes aos longos transportes após a colheita. Em boas condições e com uma armazenagem adequada, em locais ventilados e secos, a produção pode suportar a estocagem por até 20 dias.
A melancia de casca verde- claro ou verde-escuro e com polpa que varia entre o rosa claro e o vermelho é a mais tradicional. Outro tipo menos comum é a do tipo kodama ou japonesa que tem a casca verde-claro com estrias e polpa amarelada, mas essa última variedade é menor e menos saborosa que a melancia de polpa vermelha. Os tratos culturais são simples, com uma manutenção da área cultivada através de capinas, sempre que necessário, irrigação, no caso de regiões muito secas, e rotação de culturas feita preferencialmente com milho, feijão, couve ou outras culturas de famílias diferentes da melancieira.
A cultura está sujeita a algumas pragas e doenças, principalmente à antracnose, que é causada por fungos. Lagartas, besourinhos e pulgões também atacam a produção de melancia Em todos os casos, o controle deve ser feito com defensivos recomendados por agrônomos.
No Brasil, a fruta é plantada em quase todas as partes, mas os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás são os principais pólos produtores e parte da produção é exportada, especialmente para países da América do Sul.
Inovações
Através do melhoramento genético das espécies, pesquisadores chegaram ao desenvolvimento da melancia sem sementes. A tecnologia foi desenvolvida no Japão ainda na década de 50. Atualmente, os frutos sem sementes já representam mais de 20% das melancias consumidas nos mercados europeu e americano e estima-se que as vendas alcancem o mesmo potencial no Brasil, apesar dos altos preços – a versão sem sementes chega ao consumidor final custando o triplo da comum.
A melancia sem sementes dura até 90 dias sem perder o frescor, já a fruta normal dura no máximo 15 dias. Outra variedade, as minimelancias desenvolvidas por aprimoramento genético convencional já estão disponíveis no mercado brasileiro. Sem sementes, ela foi desenvolvida para atender a uma demanda por melancias de tamanho menor, mais fáceis de carregar e mais adequadas ao consumo de pequenas famílias.
A variedade é resultado de uma década de pesquisa em melhoramento de diversos tipos de melancias. Introduzida no Rio Grande do Norte e no Ceará, a nova variedade encontrou em solo nordestino excelentes condições de cultivo.